quarta-feira, 18 de abril de 2012

Sem medo...




Não vi, mas cri e é fé e eu sei: tu tens.
Sorvi, gozei, gostei, achei demais!
Senti, doeu, chorei... Que mal! Não vens?
Parou, que bom! O medo é tão fugaz!

A noite sempre vem e aqui me tens
Num frágil dar de mim, talvez demais...
Cadê os anos bons se nem tu vens?
Amor não é assim assaz fugaz...

Quando é que tu vais saber te entregar
Sem ter pudor, sem que a dor possa vir?
Quando é que eu passarei a existir?

Quando é que tu vais te dar sem cobrar
Algo de mim que eu nem posso te dar?
Vem ser feliz, vem ter paz, vem dormir...

Ronaldo Rhusso


terça-feira, 17 de abril de 2012

Um só de amor...


I

Os olhos lá do Sul percebo aqui.
Contemplam cada Eu exposto ao vento
E eclodem nesse azul, qual nunca vi,
Do Dom que D’us me deu: real fomento...

No Norte ou no Sul mui penso em ti
Completando meu eu, me dando alento,
Ornando em tom azul e nem bem cri:
Coragem ‘té me deu nesse momento...

Juntei o Sul com o eu e o azul que deu.
Alento tive em ti, o par de olhos,
Que é vento que nem vi: lembrou-me Abrolhos...

No Norte pouco cri... é assim meu eu.
Fomento que esperei, aconteceu
Momento novo aqui: amar-te aos molhos.

II 

Os olhos lá do Sul
Contemplam cada eu
E eclodem nesse azul
Do Dom que D’us me deu.

No Norte ou no Sul,
Completando meu eu,
Ornando em tom azul...
Coragem ‘té me deu!

Juntei o Sul com o eu.
Alento tive em ti
Que é vento que nem vi!

No Norte pouco cri...
Fomento que esperei:
Momento novo aqui.


III

percebo aqui
exposto ao vento
qual nunca vi
real fomento...

mui penso em ti
me dando alento
e nem bem cri
nesse momento...

e o azul que deu
o par de olhos
lembrou-me Abrolhos...

é assim meu eu:
aconteceu
amar-te aos molhos!

 Ronaldo Rhusso



Zonzo


Gira o mundo em grandes voltas
e eu percebo que estou tonto.
As estrelas são escoltas

e em meus sonhos nelas monto.
Dispo o manto das revoltas
pr'outro engano quase pronto...

Se eu disser que me assustei

foi porque eu acreditei...


Ronaldo Rhusso

Mote da Denise Severgnini







Primavera ao Vento


 Soneto MMCCCXLII

Vislumbro o céu e o Sol em timidez
Corta em cinzel o azul... Raio finito!
As nuvens são assaz muros malditos
Manchas viscosas seivas quase pez...

Mas estas são de ação que tolhe a tez.
Impede-a expor-se à cor de tom bonito.
Pele morena e amena... Eclode um grito:
“Quero sentir luzir quente outra vez”!

Assim minh’alma em trauma se ressente
Se estás ausente e a mente que te pensa
Logo escurece e a prece eu alço tensa:

Oh! D’us eu peço acesso a ela, urgente,
(Que tem a paz que apraz-me, pobre ente!)
Da Primavera ao Vento, a luz intensa!

Ronaldo Rhusso


segunda-feira, 16 de abril de 2012

Amor e Ardor..




O orvalho, enfim, chegou e a emoção
Abriu a porta que eu deixei trancada
Em outro Outono e vi que era chegada
A hora de dizer “tchau” pra razão...

Amor e ardor sem cor é provação
E eu nunca trilharei por essa estrada,
Embora eu saiba que também enfada
Andar na contramão da tentação.

Ardor em mim tem muito e mais um tanto
Além do verossímil contumaz
E às vezes reconheço: esvai-me a paz...

Agora eu olho o céu e não me espanto.
Outrora em mim havia o desencanto
E hoje eu tenho o Amor que satisfaz!

Ronaldo Rhusso


domingo, 15 de abril de 2012

Sempre!

Qual Salomão, me ponho a te alegrar
com poesia em versos tão reais
quanto do Sol os raios, sem iguais,
vêm derramar em nós luz que é sem par!

Então desdigo muito por lembrar
que teus sorrisos, sempre surreais,
doam pro Sol o brilho que é demais
e a mim, sem fim, consegue iluminar!

Querida, tu não sabes como é bom
sentir que estás por perto nessa hora
em que a dor, teimosa, se demora!

De fato tudo ganha um outro tom
porque tu vens e cobre o céu marrom
com um dourado lindo e o mal vai embora!

Ronaldo Rhusso




Pra que?

Ando sem pressa de respirar...
Devagar é tão mais fácil Te sentir!
Ar que me entra em pulmões necessitados
desse amor que Tu tens e é sem medida...

Ando sem pressa de mastigar...
Tu, o Pão da Vida, vem-me à mente
e eu sei que preciso mais de Ti!

Ando sem pressa de responder...
Tua Palavra tem pra tudo a resposta!

Ando sem pressa para nada...

Ronaldo Rhusso 

Entendeu?

Amor por Ti eu sinto a cada dia!
Beber do Teu saber me faz feliz.
Talvez jamais eu veja quem me diz
“Acorda! Eis mito!” ouvir-Te co·alegria!

Sorrio ainda assim tentando a via
Que vai tirar a cada um do gris
Viver assaz ruim. Melhor que quis
Eu sei farás, pois És maior que eu cria!

O medo, vejo em cada ser humano
Sem forças pra se dar de vez a Ti.
Embora quem o fez feliz eu vi!

Senhor, opera, eu peço, e mata o engano!
Destrói sentir maligno e tão ufano.
Temer não deixa o Amor agir em si...

Ronaldo Rhusso

sexta-feira, 13 de abril de 2012

De boa...

Se eu pedir pra que me erres
far-me-ias tal favor?
Pois suplico que enterres
o que tu chamas de amor.


Ronaldo ~exausto~Rhusso

Trabalho escravo, não! Mas para aprender ganhar o pão...






No profundo d’alma aflita
Uma voz mui suplicante
Num esforço grande grita
Pela mão reconfortante.

Ela clama angustiada
Por socorro, por amparo;
Clama querer ser amada...
Esse sentir, hoje raro.

É a alma de criança
Que, sim, pode trabalhar,
Porém com a confiança
De que não vão explorar.

A criança pela rua
Ou brincando em frente a tela
Fica com a mente nua
E talento não revela.

Trabalhei foi desde os dez
E que bom me foi, garanto!
Tive bola nos meus pés
Prancha, skate e outro tanto.

Curti bem adolescência
E até repetiria,
Pois eu aprendi ciência
Em uma metalurgia.

Também aprendi pintar
Automóveis e o sete!
Nunca deixei de brincar!
Fui o clássico pivete!

Criança fui e estudei
Até mais que gostaria.
Nossa como eu brinquei!
Trabalhei parte do dia!

Sou contra o trabalho escravo
Seja de criança ou não.
Vejo fundo porque cavo
Sem qualquer pré-concepção!


Quando fui ser Marinheiro
Já conhecia o inglês
Aprendido por dinheiro
Guiando gringo burguês.

Em Ilhéus sou conhecido
Como um cara de sucesso,
Mas vi colega bandido
Pois o ócio deu-lhe o ingresso.

Cada um opina fino,
Mas eu sou grato ao trabalho
Que me abraçou menino
E eu, de fato, muito valho!


Passo esse ensinamento
Vindo do povo semita
Que controla o movimento
E as normas hoje dita!

Tem judeu pedindo esmola?
Ou já viu um vagabundo?
Essa raça fez escola
E hoje controla esse mundo!

Presidente da FIRJAN
Da FIESP e poderio.
Rotchild é vil. Afã?
Bildeberg lhe é por brio!

Crianças que trabalharam
Desde a mais tenra idade.
Uns ao mundo controlaram
(reconheço ser maldade).

Mas pregar que vídeo game
É melhor que laborar...
Não está aqui quem teime,
Mas prefiro duvidar!

Ronaldo Rhusso